segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Polar Bear Club - Light Of Local Eyes

Voltando aos velhos vícios

Reparei nesses últimos dias que está retornando um velho vício meu. Se ainda fosse alguma coisa útil, tudo bem... se eu voltasse a fumar seria 45% descolado (os outros 55% foram destruidos pela geração saúde), o consumo excessivo de álcool ainda é tolerado, então esse, ao menos, me divertiria de uma maneira decente. (não que eu tenha parado com esse, claro) Mas não, volto ao refrigerente, essa merda boiola nem pode ser chamada de vício, mas eu ando bebendo alopradamente.

Porra, meu amigo,eu não sou nenhum exemplo de saúde, na verdade o sedentarismo me domina, bem como o consumo desenfreado de alimentos que estão fora da piramide alimentar, mas foda-se. Pra ser sincero nem tem como eu VOLTAR a algo que nunca se foi, já que em momento algum eu havia parado de beber meu Sprite, e muito provavelmente eu tenho bebendo demais só por conta das visitas de parentes todo fim de semana em casa e das idas para casa de minha namorada nos demais. Por sinal, preocupada com minha saúde como ela só, já está vindo com ideias de restringir a quantidade que bebo, algo como um copo por semana (...).

Como eu sou o único macho de verdade nas redondezas, alguém que bebe cerveja e whisky em respeito as bolas que tem, a casa lota de refrigerante para abastecer a mocidade, e o que acontece? Eu tomo essa merda até no café da manhã. Pizza fria e Sprite gelado matinal. Respeito.

Malvados - Monopólio da violência

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O que eu, Vinícius, o atual campeão e medalhista olímpico nas categorias Ociosidade, Preguiça e "Desculpas esfarrapadas dadas a si mesmo para não estudar ou fazer algo de útil" tive até agora nessa ilustre semana que começou ontem:
  • Sono;
  • Preguiça;
  • Desenvolvimento de novas estratégias ao criar "Desculpas esfarrapadas...";
  • Dor nos dentes devido ao novo aparelho;
Sim, caro leitor ausente, porque agora além de inútil eu também sou um inútil com aparelho ortodôntico. E o que isso significa em mudanças na minha vida? Nada, na verdade. Fora as dores uma vez por mês quando terei que ir para a manutenção.
  • Dor de cabeça devido a dor nos dentes;
  • Uso excessivo de Paracetamol devido as dores;
  • Um aparente princípio de gargante inflamada seguida daquela sensação de "Puta que pariu, tô ficando doente de novo...";
  • A dez minutos atrás cortei o dedo em uma frustrada tentativa de pegar as pastilhas para a garganta em meu bolso;
É, basicamente eu enfiei a mão lá dentro para pegar a cartela e cortei o dedo na dita cuja, maravilha...
  • A cinco minutos atrás, enquanto digitava esse post, a luz do escritório acabou, por sorte salvou em rascunho e tudo mais. Não estranharia se ele estivesse perdido dentro dessa maré de felicidades que me atinge.
Acredito que por enquanto é só, pessoal. Aguardem por mais acontecimentos interessantes e sortudos sobre meu cotidiano nessa semana que parece ser a mais agitada dos últimos tempos.

Ou não (muito provavelmente não).

Adolar Gangorra: A SUBESTIMADA E MUI IMPORTANTE ARTE DE CAGAR NAS C...

Adolar Gangorra: A SUBESTIMADA E MUI IMPORTANTE ARTE DE CAGAR NAS C...: "O ser humano e seus antepassados vêm vivendo em sociedade antes mesmo destes últimos descerem das árvores e daqueles primeiros subirem pro a..."

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Comoção popular em Teixeira

Sexta-feira mataram um senhor em uma loja aqui perto. Um bando estava assaltando as lojas de celular da cidade, quando ao tentar mais uma a dois quarteirões do escritório a polícia os alcançou e começou o quebra pau.

Não sei bem o que rolou de verdade, pelo que li um dos bandidos atirou em direção a um dos políciais, acertou sua mão e fez com que o resto - ainda com a mão inteira - disparasse, detonando com outro cara que estava na loja, até então outro ladrão, seis tiros e tudo mais.

O caso é que, aparentemente, o atual defunto não era um dos assaltantes, mas sim um homem comum de uma cidade aqui perto - Medeiros Neto - que estava em Teixeira para resolver os pepinos e, também, ativar um chip de celular ou qualquer outra coisa que levaria alguém a uma loja de celular. O cara foi lá comprar a parada e ganhou seis balas de troco, ao que dizem.

Ativa-se então a comoção popular. Toda a galera de Medeiros Neto se revolta contra a morte de um homem de bem, que havia acabado de voltar dos EUA, aberto seu lava-jato e tentava novamente tocar a vida, quase um cidadão - de acordo com a maioria - exemplar. Começa com um grupo na porta do IML querendo saber o que aconteceu e termina com uma multidão aqui em frente a promotoria com direito a faixas e coro de "Queremos justiça!". Todo mundo da cidade parece largar as obrigações, nada como empregos, filhos e escolas para atrapalhar a busca por seus direitos. Ou esse cara era realmente popular, tendo vários amigos de várias idades, desde os senhores que não se sabe como aguentaram a viagem até aqui indo até adolescentes que se arrumaram para a manifestação como se estivessem fazendo aniversário ou algo que valha.

Nada contra quem não tenha o que fazer e curta ficar de baixo do sol gritando, eu mesmo gostaria de não ter o que fazer, apesar de tudo. Fico meio bolado é com essa galera que se amontoa fazendo graça onde uns poucos tentam, da maneira que podem, justificar a perda de um marido, pai, amigo e coisa e tal. Um monte de gente amontoado aqui na esquina do escritório falando asneira, atrapalhando o trânsito e o expediente. Foda pra caralho essa busca popular pela justiça, acho eu... não errada ou de natureza que deva ser censurada, mas ainda assim foda pra caralho.

Cães de guerra

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Monteiro Lobato, sobre Jeca Tatu

"O cabloco é o sombrio urupê de pau podre. (...) Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive."

Debate UCB 23/09/2010

Para ser sincero, só assisti um pedaço do todo - a partir de quando o garoto gaguejou ao tentar fazer uma pergunta aos candidatos -, logo quando cheguei da faculdade. Então o que temos aqui é um comentário feito por um leigo que nem viu a parada toda.

Quanto ao debate me pareceu ter funcionado bem, como Marina muitas vezes disse, era esse sim um debate, e não um embate. Não me pareceu ter havido complicações antes e nenhuma também após eu ter começado a acompanhar.

Dilma não me convenceu, como praticamente sempre. Apesar de uma consideração evolução desde as outras aparições (quando apareceu), nem o semblante e nem os comentários me pareceram sinceros. Talvez seja um problema para mim a eterna muleta chamada Lula. Quando questionada sobre a corrupção e seu governo disse que não constarão personagens com nome sujo... enfim, pessoalmente, fico meio cabreiro.

Serra falou bem, como o usual, mas por fim não vi o suficiente para falar algo quase útil aqui.

Plinio foi, junto com Marina, um dos melhores na história toda. Mostrou bem os objetivos, falou bastante sobre o PSOL e destacou suas intenções. Ele normalmente articula bem suas colocações, então nada realmente surpreendente, mas manteve a boa linha.

Marina formou a dupla destque com Plinio. Falou bem, mostrou o que gostaria, foi aplaudida diversas vezes e mesmo com aquela pose meio corcunda e estática conseguiu se sobressair entre os quatro. Bateu nas teclas certas e mesmo não tendo chances reais de vencer essas eleições, está marcando bem 2010 e as mudanças que estão acontecendo e também estão para acontecer.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Wilson Divisão

E Wilson Divisão,
de butiquim em butiquim...
Vai se encorpando tristeza no seu tamborim.

Sobre o Do The Earth quase virar um diário

Não era a intenção inicial me preocupar com o rumo tomado pelo blog, na verdade acho que desde o começo ele foi algo bem pessoal, apenas não sei bem se era assim que deveria funcionar.

A questão é que, aparentemente, é muito mais fácil escrever sobre qualquer babaquice cotidiana do que sobre alguma coisa realmente útil, e eu também não sei se tenho calibre o suficiente para fazer comentários sobre o Direito, quadrinhos, filmes, músicas ou qualquer outra coisa, até porque não me pareceria muito divertido se isso aqui virasse mais um daqueles lugares que falam um monte de asneiras e, por fim, falam, basicamente, nada (não que seja algo diferente disso atualmente).

Mas enfim, como sempre, acho que é a preguiça gritando mais alto mesmo. Quando surgir vontade eu comento sobre estar lendo Capuz Vermelho (revista legal), ouvindo muito Polar Bear Club (post-hardcore legal), tentando mais um cara no World or Warcraft (sempre desanimo em certos níveis e começo outro personagem, é um saco mas é a verdade) e  fingindo que realmente estudo para a faculdade (me culpando um pouco por isso também).

Ou não.

Bororó do Oeste

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Os últimos dias de Helmut H

Sobre crianças pequenas

Sinceramente, eu nunca fui o tipo de cara que sabe lidar com crianças pequenas. Mal sou funcional com pessoas adultas que conseguem formar sentenças completas ou algo que valha, bem como são perigosas as minhas tentativas com manipulação de objetos frágeis, é de se esperar, portanto, que com coisas que pronunciam sons completamente sem sentido e que estragam se cair no chão as chances de alguma merda acontecer na minha mão é gigantesca.

Entendam, não é que eu não goste dos pequenos, eles são bem legais quando não estão gritando, chorando, cagando neles mesmos, as três coisas juntas ou qualquer outra do gênero, a questão é que eu tenho uma tendência muito grande a estragar as coisas, e estragar crianças não é algo exatamente legal. Se as crianças e bebês notassem os sinais que eu dou (coisas como ignorar e afins), estaria tudo bem. O problema é que pareço ter um imã para essas coisas.

Em todo o lugar que vou e por algum acaso algum pivetinho esteja presente, existêm altas chances dele começar a me encarar descaradamente. Não importa onde seja, isso sempre acontece na fila do banco, esse fim de semana aconteceu no ônibus e até na sala da faculdade já rolou algo assim. Aí fico lá também encarando o bebê, sem saber o que fazer, ele me encarando, eu evitando o olhar (eu não costumo desviar olhares, mas esses pivetes tem um dom extraordinário para me deixar sem jeito). Pior ainda é quando alguém repara e lança a bela frase: "Olha só, parece que ele gostou de você, né.". Eu concordo, dou uma risada imbecil e continuo na mesma situação de bosta.

Quando o moleque é filho de parente ou alguém mais próximo é um pouco mais tranquilo, a gente brinca e tudo mais, meio sem jeito e esperando o momento em que ele vai se irritar e começar a chorar, mas ainda assim. Agora nesses lugares aleatórios, com desconhecidos e crianças me encarando pra lá e pra cá, é tenso. Às vezes acredito piamente que eles estão lendo meus pensamentos ou esperando que alguma coisa muito sem noção aconteça, não importa bem o que (e esse sentimento foi amplificado depois de assistir aquele filme de merda com bebês inteligentes que lutam e são espiões que, é preciso lembrar, é uma merda completa), mas que rola algo de muito errado nessa história toda, rola.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Matando a fome com café

Entre o trabalho, os downloads de músicas e quadrinhos e a completa ociosidade, reina em meu interior, durante o estágio - além das imbecilidades habituais -, a  famosa fome. O lanche matinal, não exatamente saudável ou reforçado, faz com que quando o ponteiro aponte algo em torno das nove horas alguma coisa comece a reclamar por aqui, e o que nós temos logo ali em cima do frigobar? O café.

Pessoalmente, sempre achei, e continuo achando, esse culto ao consumo do café uma babaquice quase sem precedentes - apesar de conseguir pensar em outras milhares do mesmo nível ou pior - , mas essa raça, por muitos desgraçada, composta pelos tais advogados bebe mais café do que qualquer um consegue imaginar. Aqui não existe alimentos mastigáveis e as vezes falta água, mas a garrafa térmica está sempre até o talo.

Quando você soma a fome com o fato do café ser a coisa mais próxima de algo com alguma sustância no ambiente, o resultado não é outro senão uma bebedeira sem precedentes. Um rapaz que só bebia o tal café uma vez por mês transformado em mais uma máquina a espera na próxima remessa. É foda pra caralho, todo mundo na espera da secretária chegar na porta e recitar a tal frase: "quer café?" Eu não sei qual é a desse negócio que todo mundo acha amargo e ruim quando moleque, e depois, do nada, passa a beber alopradamente durante as tarde ensolaradas, mas o fato é que de tempos em tempos é ouvida alguma voz lá no fundo questionando: "Zete, o café tá pronto?" ou "Quem vai fazer o café hoje?". ou, bem às vezes, "Vinícius, faz o café de uma vez enquanto a Zete não chega." (estagiário, além de tudo, também é cozinheiro), sendo esse o claro sinal de que se chegaram ao ponto de pedir para eu fazer o café, alguma coisa está muito errada ou a necessidade urge mais alto do que a razão.

Sinais do apocalipse, meus amigos.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sobre um possível segundo turno

Apesar d'eu saber que esse blog possui um número quase invisível de leitores, após ter ouvido diversos comentários da mesma espécie por aí, acredito que devo comentar sobre algo relativo as eleições, mesmo não sendo eu um estudioso político ou qualquer coisa do gênero.

Muito se fala sobre Dilma ser eleita logo no primeiro turno e, sejamos francos - infelizmente -, essa situação é um tanto quanto provável. Com uma média entre 50 e 53% das intenções de voto (Ibobe, Tracking iG/Band e Datafolha) e menos de um mês para as eleições, ainda tenho tempo para alguma esperança real de um segundo turno.

O principal a ser dito aqui é sobre o que muito estou ouvindo falar em votar no Serra para a rolar o então polêmico segundo turno, já cobiçado não apenas pelos candidatos como também por - felizmente - boa parte da população. O meu problema não é em votar no Serra (não fosse a Marina, o PSDB estaria com meu voto), o que penso ser algo chato são pessoas deixando de manter alguma espécie de ideal  ou o que quer que seja, apenas visando erroneamente a oportunidade do segundo turno.

A questão é: para que ele aconteça, basta que o candidato com maior quantidade de votos não ultrapasse os 50%, ou seja, pouco importa se você votará no Serra, na Marina ou no Plínio, o que importa é não votar na Dilma. Não veria nada errado em entregar seus votos ao Serra ou a qualquer outro candidato, desde que ele possua realmente a sua intenção de voto. Até mesmo para uma questão de pesquisas posteriores, considero importante os votos dados a todo e qualquer candidato, uma porcentagem maior para Marina indica algo, bem como para o Plínio, e aos demais.

No final das contas, de quatro em quatro anos nós temos a oportunidade de mudar o rumo das coisas, e também de mostrar através de diversos indicativos onde está a tendência a ser seguida. Essas situações acontecem, obviamente, com nossos votos, portanto, sempre olhei para ele como algo mais do que integro. Vote no Serra se acredita no Serra ou no PSDB, na Marina se acredita na Marinda ou no PV ou qualquer coisa que valha, mas vote baseado no que você acredita, não em cima de uma oportunidade infundada que pode ser alcançada mantendo plenamente suas convicções.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sexta-feira


Um homem acordou com a arma em sua mão direita. Levantou, andou, mas não atirou. Sem soltar a arma, chamou todos da casa e expulsou. Todos para fora. O homem sozinho em casa com a arma, fez-se refém de si mesmo.

Chamaram a polícia, ela cercou a casa, os parentes choravam enquanto o homem apontava a arma, carregada, para a própria cabeça. A ameaça era simples, a ameaça era sua vida.

O homem, seis balas e sua avó. A avó, chorando, tentou aproximar-se da casa. Chorou e disse que aquele não era quem um dia foi seu neto e quem um dia ela ajudou a criar. O homem disse que ela tinha razão. Um tiro na coxa, ela voltou sangrando.

O homem, cinco balas, seu irmão. O irmão, nervoso, sem chorar, disse que falaria. Perguntou que porra era aquela, perguntou de onde o homem tirou aquela arma, perguntou que merda estava rolando naquela cabeça de bosta para apontar o ferro carregado para a própria orelha. O homem respondeu que não iria machuca-lo, mandou voltar. Um tiro para o alto, a polícia correu, carregou o irmão para a segurança.

O homem, quatro balas, seu pai. O pai, chorando, perguntou onde estava o homem que ele ensinou a ser Homem. O então rapaz disse que estava ali, que aquilo, enfim, era o que tinham ensinado ele a ser. O pai perguntou o que faltou, quem faltou, porque faltou. O homem disse que se o pai não saberia, ele não haveria de dizer. O pai implorou, o homem ignorou. Um tiro em direção ao pai, um tiro errado, um policial sangrando.

O homem, três balas, sua mãe. A mãe nada disse, correu, chorou, correu e chorou novamente. O filho olhou e tirou a arma da própria cabeça. A mãe olhou e esboçou um sorriso. O filho levantou, sem arma na cabeça, com a arma ainda em mãos. A mãe levantou, ainda segurando o choro. O filho andou até a porta e a trancou, voltou para o seu interior com a arma apontada para a cabeça. A mãe chorou, o pai buscou e abraçou. Um tiro para o alto, segundo tiro para o alto, nada mudou.

O homem, duas balas, o telefone. O telefone toca, o homem atende. Uma voz feminina diz para parar. Uma voz feminina diz que não há porque para aquilo, uma voz diz que o que acabou, acabou. A voz diz que ajudaria, que não desapareceria, mas que a arma não seria solução. O homem em silêncio. O homem desliga o telefone, vai até a janela e ri, aquilo para ele nunca importou. Um tiro em direção a estante, um telefone quebrado, vinte e três reais perdidos.

O homem, uma bala, o homem. Ninguém mais fala além do homem, e ele nada diz. O homem tem uma bala, todos sabem o que há de se fazer. O homem não sabe. O homem acordou com uma arma em sua mão direita, e em sua arma haviam seis balas. O homem possui uma bala e uma arma em seu crânio. O homem sorri. O homem com sua arma sorri. O homem segura firme a sua arma, o homem caminha e destranca a porta. O homem com seu sorriso e sua arma saem de casa. A mãe, o pai e o irmão olham. A multidão olha e nada diz. O homem com sua arma em mãos e seu sorriso em face olha para todos. O homem joga a arma no chão.

A polícia avança. A mãe, o pai e o irmão choram. O homem sorri.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sobre a cirurgia - antes e após (Parte Três).

Após trocar de roupa, um enfermeiro me levou para uma outra sala mais para dentro do corredor, lá aguardei por mais ou menos vinte minutos. Era uma sala com duas camas e vários aparelhos médicos, apenas uma janela com grades - já não havia escapatória, caso eu mudasse de idéia. Muita gente passou por lá, poucos deram oi ou viraram o rosto, pessoas corridas naquele hospital.

Depois da espera, o mesmo enfermeiro me levou até uma outra sala ainda mais ao fundo, nesta havia uma mesa de operações com luzes sobre ela, um monitor e uma pancada de equipamentos, os quais as funções eu nem imagino. Fiquei lá por cerca de quinze minutos trocando idéia com uns enfermeiros que tentavam fazer o monitor cardíaco funcionar (sério, isso não foi nada animador), e foi quando entrou um médico mais de idade com uma seringa na mão. Ele me cumprimentou e começou a aplicar o conteúdo no tubo que estava no meu braço. Perguntei se já era a anestesia e ele disse que sim. Nada mais me lembro.

As coisas que já se passaram aconteceram por volta das oito horas da manhã. Acordei na enfermaria, com dores, outras roupas e completamente tonto mais ou menos umas três horas da tarde, ou quatro, não sei ao certo. Uma das piores coisas do mundo é acordar depois de uma cirurgia; você não tem a menor noção do que aconteceu e do que está acontecendo, sabe apenas que está deitado em algum lugar aleatório, está com dores por todo o corpo e existe uma estranha sensação de que todos seus órgãos mexem para o lado completamente oposto de qualquer direção que você tente virar. Acordei com uma puta vontade de mijar, só para descobrir que o efeito da anestesia não deixaria. O médico que me operou veio para dar explicações e blablablas, na necessidade perguntei se poderia ir ao banheiro urgentemente, ele disse que sim, mas que me daria uma medalha de saísse alguma coisa. Merda. Uma hora nessa agonia de bexiga cheia, o efeito passou e rolou um fim nisso.

Na enfermaria existiam seis camas, e quatro delas estavam ocupadas (contando comigo). Ao meu lado estava um garoto de uns dez anos recém saído da sala cirúrgica, apendicite. No canto oposto do cômodo estava um cara com um tubo enfiado no nariz que fazia sons estranhos de tempos em tempos, e uma parada muito estranha saía pelo tubo nesses momentos, sinceramente, não quis descobrir o que tinha rolado com ele. E num outro canto estava um senhor que também havia operado de apendicite, até que o velhinho era gente fina, apesar de ficar dormindo a maior parte do tempo. Os funcionários do hospital foram gente finas pra caralho comigo, acho que minha vó subornou eles em algum momento. O soro continuava no meu braço, estava lá desde a primeira sala, onde troquei a roupa pelo avental.

Fiquei no hospital até dez horas da noite, quando tive alta. Nesse meio tempo eu já tinha vomitado toda minha bile e tomado umas seis daquelas 'sacolas de soro', ou mais. Uma das chefes da enfermeira chegou com uma cadeira de rodas, onde sentei com um tico de esforço. Me levou até a saída, bem devagar. Chegamos ao estacionamento e entramos no carro. A parte hospitalar desse pé no saco tinha passado, agora só restava a recuperação.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sobre a cirurgia - antes e após (Parte Dois).

Aquele hospital não é um lugar bonito - não que um hospital do sistema único de saúde tenha o hábito de o ser. Chegamos cedo e não havia outros carros no estacionamento, apenas uma ambulância em um estado de conservação um tanto quanto duvidoso. Estacionamos, saímos do Uno branco (eu, minha mãe, meu pai e minha avó) e entramos na recepção.

Sete horas da manhã e a sala já estava quase lotada, a maioria era de pessoas idosas e uns poucos acompanhantes, pessoas simples e coisa e tal. Várias cadeiras laranjas estavam enfileiradas em dois cômodos diferentes, separados por uma parece com uma abertura, ali também haviam dois banheiros - um masculino e um feminino, obviamente -, e dois guichês de atendimento, perpendiculares um ao outro, o primeiro estava vazio e era apenas para retirada de resultados de mamografias, exames e algumas outras coisas, o segundo era o que me interessava, e lá já existia uma fila considerável. Minha mãe ficou na fila enquanto eu e os outros sentávamos (eu não estava ainda exatamente bem para ficar em pé por sabe-se lá quanto tempo - não que agora já esteja, de qualquer maneira) , por sorte dela durou pouco tempo, operações e casos de internação estavam com uma certa prioridade, ela foi atendida e a atendente disse para aguardarmos. A unica televisão do lugar estava virada para os guichês, então nada de jornal da manhã para nós.

Cerca de meia hora depois a moça chamou pelo meu nome e eu e minha mãe entramos por uma porta de vidro e lateral, ao lado do guichê da moça que havia nos chamado. Os corredores eram cobertos de azulejos azul claro e o teto era branco, haviam bancos espaçados e na maioria deles pessoas estavam deitadas, algumas com fraturas no braço, outras na cabeça, não era algo legal de se ver. A enfermeira nos guiou até uma porta onde estava escrito 'Área cirúrgica, apenas pessoal autorizado' (ou algo do gênero) e nós entramos - na verdade só eu entrei, ali ela disse para minha mãe que só nos veríamos de novo depois do procedimento, portanto nos separamos ali. Ela me levou até uma sala onde apenas uma cama/maca, uma estante com porta de vidro, onde se podia ver vários itens médicos que eu não faço ideia da utilidade, e uma estante com alguma coisa, e me deixou sozinho por alguns minutos. Ao voltar me entregou um avental, uma touca e duas sapatilhas, disse-me para tirar toda a roupa e vestir apenas aquilo - na hora foi meio estranho ouvir uma tia meio estranha mandando eu tirar toda a roupa, mas enfim... - e foi o que eu fiz, instantes depois lá estava eu apenas de avental com as coisas balançando e etc e tal.

Vou parar esse post por aqui, já está ficando meio tenso ficar sentado. O próximo creio que será sobre a cirurgia mesmo (ou o que lembro dela ao menos) e a estadia de algumas horas na enfermaria, acho...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Sobre a cirurgia - antes e após (Parte Um).

Paro de ingerir alimentos e líquidos quinta-feira, nove e meia da noite. Nem mesmo água poderia passar pela minha boca. Escovo os dentes e vou dormir cedo, não estava afim de ir indisposto para a sala de cirurgia, já era incomodo o suficiente ir para lá. Apesar do futuro próximo, durmo um sono tranquilo, não tenho sonhos e nem mesmo acordo durante a noite; só abro os olhos novamente por volta das seis horas da manhã, havia marcado para estar no hospital as sete horas, portanto era o tempo certo de tomar um banho, colocar uma roupa e esperar as outras pessoas terminarem seus afazeres, e só. Feito isso fomos para a garagem, entramos no carro e partimos rumo ao Hospital Regional de Teixeira De Freitas - um lugar não muito legal de se frequentar.

Esse post terá que ser dividido em algumas outras partes, ainda não estou cem por cento para ficar direito sentado aqui no computador ou coisas do gênero, então a estadia no hospital e a vinda para casa, e a recuperação até o dia em que terminar isso aqui serão colocadas em outros posts, acho.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sobre amanhã ser o grande dia.

Amanhã é, enfim, o grande dia. O dia do laser, do vídeo e da famigerada cirurgia.

Sete horas da manhã vou para o hospital e começa a grande aventura, com direito a anestesia geral, maca e essas paradas de sempre, tipo House ou Scrubs (ao menos espero que seja). Assim que estiver em condições de sentar e escrever e tudo mais de novo, venho até aqui e conto como foi.

Também devo dizer que prestarei um concurso da Petrobrás para um cargo cujo nome não vou escrever por ser muito grande, mas que tem um salário inicial legal pra quem atualmente não tem salário algum. Exatamente por isso desapareci dos mundos da internet, e isso envolve todos os meios, tipo MSN, blog, e-mail e o caralho a quatro. Não me culpem, apenas me desejem sorte.

Acreditem, eu vou precisar.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Animação Parkour.


parkour motion reel from saggyarmpit on Vimeo.

Sobre eu e pessoas que colocam a manteiga na geladeira.

Eu odeio vocês. Muito mesmo.

Olha só, não sei o que se passa dentro dessas cabeças, que provavelmente estão vazias, mas não existe motivo real para se colocar a manteiga dentro da geladeira (a menos que alguma receita específica exija manteiga dura feito pedra). Imagine a situação: você acorda as seis e meia para ir trabalha ou ir a escola naquela vontade do cão de comer um pão com manteiga e tomar seu café ou achocolatado tirando onda na madrugada. Quando a tampa do pote é retirada a grande verdade é descoberta, você simplesmente está impossibilitado de deliciar os prazeres de uma boa manteiga porque ela está completamente dura, congelada, petrificada. É uma frustração sem igual.

Não sei quem faz esse tipo de maldade são os consumidores de margarina (não consumam margarina, tenho séria tendência a crer que aquilo é mais plástico do que comida. Vocês, meus amigos vegans, que não comem manteiga mas caem de boca na margarina, deveriam repensar seus hábitos, já que também tenho a impressão que se você mastigar a embalagem daquele negócio estará ganhando os mesmos nutrientes do produto), aquela coisa horrível e sem gosto mas com propriedades anti-congelantes, o caso é que isso não funciona com a manteiga, coloca-la no refrigerador talvez a mantenha sem estragar por mais um ou dois dias, mas será que realmente terá valido a pena?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sobre minha aventura no Laboratório Carvalho.

Acordei seis e meia hoje e fui fazer o exame de sangue tudo normal e etc, achei que seria apenas mais um dia com menos sangue no corpo e o de sempre. Ao chegar lá e conversar com a atendente descubro que nessa picada serão feitos ONZE análises, isso mesmo, onze paradas com meu sangue e para conseguir isso não precisa de pouca coisa. Entrei no consultório e a enfermeira veio tirando três ampolas e uma seringa gigante do armário, fiquei meio cabreiro e perguntei 'vai ter que tirar essas três ampolas de sangue?' e ela respondeu 'sim, e também tenho que tirar uma amostra da sua orelha, mas nela é só uma picadinha, você não vai nem sentir', pensei na hora 'meu, como assim tirar sangue da minha orelha?' mas não falei nada, já estava meio preocupado com a quantidade que ia tirar do meu braço para arranjar mais noia com minha orelha.

Ela limpou meu braço com álcool (ao menos acho que era álcool), colocou aquela borracha amarrando a parte superior, achou a veia e começou a tirar a parada. Foi tirando e tirando e tirando e eu comecei a achar que ela estava brincando de me causar hemorragia ou algo desse naipe, mas resolveu parar depois de ter tirado sangue suficiente pra encher um daqueles copos americanos (ok, talvez eu tenha exagerado um pouco nessa parte), daí partiu para a orelha. Para ser sincero essa parte foi bem simples, ela só pegou uma coisa e espetou a minha orelha, sangrou um bom bocado, e sabe-se lá como ela arranjou uma amostra - sério, eu não vi ela colocando o sangue em lugar algum -, mas acabou com um band-aid na orelha e outro no braço.



Depois um lanchinho realmente gostoso de achocolatado quente com bolo, no laboratório mesmo e casa. Pronto pra outra (ou nem tanto assim).

Obs: Sempre me espanto com a - falta - de qualidade dessa câmera.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Corrigindo o último post.

Consultei hoje e a operação só será sexta que vem, tem uma pancada de exames a serem feitos e remédios a serem tomados ainda. Não é tão fácil quanto parece...

Sobre a pedra na vesícula.

Acabei de descobrir que vou operar ainda essa semana. Cinco horas vou ao médico ver como estão as coisas e saberei ao certo que dia, os procedimentos e essas coisas de quem será operado ainda essa semana. Confesso que estou meio noiado com isso tudo, não esperava que fosse tão urgente assim, mas já que não tem outro jeito veremos onde vai parar essa história toda.

A dor no geral está mais tranquila, até mesmo estou sentado aqui sem esforço algum e digitando confortavelmente - na medida que essa cadeira azul permite, na realidade - e hoje deu pra comer um sorvete e coisas mais fortes sem que a inflamação voltasse.

Colelitíase a caminho do fim.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Sobre a semana que se passou e um pouco da anterior.


Agora vocês podem ver como meus dias estão passando durante essa última semana e alguns dias da anterior, regados a muito Windows Media Player (não consigo mais usar o Winamp depois de ter sido apresentado a biblioteca de mídia do WMP, com todas aquelas imagens e funções e coisa e tal), Campo Minado (nível Especialista) e comidas leves, não gordurosas e, devo dizer, sem gosto. A culpada é - como alguns poucos já devem saber - a pedra que se alojou na minha vesícula, que além de apenas estar lá me obrigando a fazer uma operação que dizem ser simples, também ajudou as paredes da sua nova moradia inflamarem, e permanecerem assim por alguns dias já. É só eu me movimentar um pouco pra essa coisa começar dar suas pontadas novamente.

Fora isso o descanso está até sendo bem vindo; tenho um computador com músicas e seriados e internet (e as possibilidades que isso tudo envolve), uma locadora aqui perto, PS2 a disposição e um O Senhor Dos Anéis (a edição completa) que estou lendo como se o mundo fosse acabar hoje, e não em 2012. Acho que vou sobreviver...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sobre minha saúde atual e o que vejo quando acordo.



Aí está uma bela visão do que vejo no momento em que acordo. Ali vocês podem ver a porta do quarto aberta, deixando uma imagem clara - literalmente - do que vem a ser a copa, e essa cadeira azul é a mesma em que estou sentado agora. Ok, não é uma bela visão e nem mesmo é uma foto bem tirada, mas isso não vem ao caso.
Acordar e tomar logo de cara um antibiótico e o tal do Buscopan não é legal, tomar outro remédio que você nem mesmo sabe para que serve direito apenas uma hora depois é menos legal ainda. Tudo para tentar aplacar essa dor dos infernos na vesícula, que além de estar com uma pedra (uma pequena montanha de dois centímetros) me fez o favor de inflamar as próprias paredes (estão com o dobro da espessura normal), me deixando com essa sensação prazerosa de algo como ter alguém retorcendo seu interior. Sim, companheiros eu sou o feliz sorteado na loteria da saúde, contemplado aos dezenove anos com um belo exemplar de pedra na vesícula. De acordo com o médico, sou o cara mais novo que ele já viu com um caso desses, ainda mais com uma pedra desse tamanho. Talvez eu tenha soado meio dramático demais, mas enfim...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Nós amam todas as meninas.



Nota com uma mensagem muito impactante para toda a sociedade, brotou no caixa do lava-jato um dia desses e não sei o que houve com ela desde então.

Sobre o começo de 2010 e a internet.

Apaguei boa parte do que tinha nessa internet, só me resta agora os dois blogs aqui no Blogspot (Do The Earth e Uma Banda Por Dia), o Orkut e o Last.fm. Apaguei também vários (todos, na verdade) chats que existiam no meu MSN e mantive apenas os contatos comuns.

Tudo por um 2010 com mais sol e menos internet.
Não que isso vá realmente acontecer, apesar de tudo...