terça-feira, 28 de setembro de 2010

O que eu, Vinícius, o atual campeão e medalhista olímpico nas categorias Ociosidade, Preguiça e "Desculpas esfarrapadas dadas a si mesmo para não estudar ou fazer algo de útil" tive até agora nessa ilustre semana que começou ontem:
  • Sono;
  • Preguiça;
  • Desenvolvimento de novas estratégias ao criar "Desculpas esfarrapadas...";
  • Dor nos dentes devido ao novo aparelho;
Sim, caro leitor ausente, porque agora além de inútil eu também sou um inútil com aparelho ortodôntico. E o que isso significa em mudanças na minha vida? Nada, na verdade. Fora as dores uma vez por mês quando terei que ir para a manutenção.
  • Dor de cabeça devido a dor nos dentes;
  • Uso excessivo de Paracetamol devido as dores;
  • Um aparente princípio de gargante inflamada seguida daquela sensação de "Puta que pariu, tô ficando doente de novo...";
  • A dez minutos atrás cortei o dedo em uma frustrada tentativa de pegar as pastilhas para a garganta em meu bolso;
É, basicamente eu enfiei a mão lá dentro para pegar a cartela e cortei o dedo na dita cuja, maravilha...
  • A cinco minutos atrás, enquanto digitava esse post, a luz do escritório acabou, por sorte salvou em rascunho e tudo mais. Não estranharia se ele estivesse perdido dentro dessa maré de felicidades que me atinge.
Acredito que por enquanto é só, pessoal. Aguardem por mais acontecimentos interessantes e sortudos sobre meu cotidiano nessa semana que parece ser a mais agitada dos últimos tempos.

Ou não (muito provavelmente não).

Adolar Gangorra: A SUBESTIMADA E MUI IMPORTANTE ARTE DE CAGAR NAS C...

Adolar Gangorra: A SUBESTIMADA E MUI IMPORTANTE ARTE DE CAGAR NAS C...: "O ser humano e seus antepassados vêm vivendo em sociedade antes mesmo destes últimos descerem das árvores e daqueles primeiros subirem pro a..."

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Comoção popular em Teixeira

Sexta-feira mataram um senhor em uma loja aqui perto. Um bando estava assaltando as lojas de celular da cidade, quando ao tentar mais uma a dois quarteirões do escritório a polícia os alcançou e começou o quebra pau.

Não sei bem o que rolou de verdade, pelo que li um dos bandidos atirou em direção a um dos políciais, acertou sua mão e fez com que o resto - ainda com a mão inteira - disparasse, detonando com outro cara que estava na loja, até então outro ladrão, seis tiros e tudo mais.

O caso é que, aparentemente, o atual defunto não era um dos assaltantes, mas sim um homem comum de uma cidade aqui perto - Medeiros Neto - que estava em Teixeira para resolver os pepinos e, também, ativar um chip de celular ou qualquer outra coisa que levaria alguém a uma loja de celular. O cara foi lá comprar a parada e ganhou seis balas de troco, ao que dizem.

Ativa-se então a comoção popular. Toda a galera de Medeiros Neto se revolta contra a morte de um homem de bem, que havia acabado de voltar dos EUA, aberto seu lava-jato e tentava novamente tocar a vida, quase um cidadão - de acordo com a maioria - exemplar. Começa com um grupo na porta do IML querendo saber o que aconteceu e termina com uma multidão aqui em frente a promotoria com direito a faixas e coro de "Queremos justiça!". Todo mundo da cidade parece largar as obrigações, nada como empregos, filhos e escolas para atrapalhar a busca por seus direitos. Ou esse cara era realmente popular, tendo vários amigos de várias idades, desde os senhores que não se sabe como aguentaram a viagem até aqui indo até adolescentes que se arrumaram para a manifestação como se estivessem fazendo aniversário ou algo que valha.

Nada contra quem não tenha o que fazer e curta ficar de baixo do sol gritando, eu mesmo gostaria de não ter o que fazer, apesar de tudo. Fico meio bolado é com essa galera que se amontoa fazendo graça onde uns poucos tentam, da maneira que podem, justificar a perda de um marido, pai, amigo e coisa e tal. Um monte de gente amontoado aqui na esquina do escritório falando asneira, atrapalhando o trânsito e o expediente. Foda pra caralho essa busca popular pela justiça, acho eu... não errada ou de natureza que deva ser censurada, mas ainda assim foda pra caralho.

Cães de guerra

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Monteiro Lobato, sobre Jeca Tatu

"O cabloco é o sombrio urupê de pau podre. (...) Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive."

Debate UCB 23/09/2010

Para ser sincero, só assisti um pedaço do todo - a partir de quando o garoto gaguejou ao tentar fazer uma pergunta aos candidatos -, logo quando cheguei da faculdade. Então o que temos aqui é um comentário feito por um leigo que nem viu a parada toda.

Quanto ao debate me pareceu ter funcionado bem, como Marina muitas vezes disse, era esse sim um debate, e não um embate. Não me pareceu ter havido complicações antes e nenhuma também após eu ter começado a acompanhar.

Dilma não me convenceu, como praticamente sempre. Apesar de uma consideração evolução desde as outras aparições (quando apareceu), nem o semblante e nem os comentários me pareceram sinceros. Talvez seja um problema para mim a eterna muleta chamada Lula. Quando questionada sobre a corrupção e seu governo disse que não constarão personagens com nome sujo... enfim, pessoalmente, fico meio cabreiro.

Serra falou bem, como o usual, mas por fim não vi o suficiente para falar algo quase útil aqui.

Plinio foi, junto com Marina, um dos melhores na história toda. Mostrou bem os objetivos, falou bastante sobre o PSOL e destacou suas intenções. Ele normalmente articula bem suas colocações, então nada realmente surpreendente, mas manteve a boa linha.

Marina formou a dupla destque com Plinio. Falou bem, mostrou o que gostaria, foi aplaudida diversas vezes e mesmo com aquela pose meio corcunda e estática conseguiu se sobressair entre os quatro. Bateu nas teclas certas e mesmo não tendo chances reais de vencer essas eleições, está marcando bem 2010 e as mudanças que estão acontecendo e também estão para acontecer.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Wilson Divisão

E Wilson Divisão,
de butiquim em butiquim...
Vai se encorpando tristeza no seu tamborim.

Sobre o Do The Earth quase virar um diário

Não era a intenção inicial me preocupar com o rumo tomado pelo blog, na verdade acho que desde o começo ele foi algo bem pessoal, apenas não sei bem se era assim que deveria funcionar.

A questão é que, aparentemente, é muito mais fácil escrever sobre qualquer babaquice cotidiana do que sobre alguma coisa realmente útil, e eu também não sei se tenho calibre o suficiente para fazer comentários sobre o Direito, quadrinhos, filmes, músicas ou qualquer outra coisa, até porque não me pareceria muito divertido se isso aqui virasse mais um daqueles lugares que falam um monte de asneiras e, por fim, falam, basicamente, nada (não que seja algo diferente disso atualmente).

Mas enfim, como sempre, acho que é a preguiça gritando mais alto mesmo. Quando surgir vontade eu comento sobre estar lendo Capuz Vermelho (revista legal), ouvindo muito Polar Bear Club (post-hardcore legal), tentando mais um cara no World or Warcraft (sempre desanimo em certos níveis e começo outro personagem, é um saco mas é a verdade) e  fingindo que realmente estudo para a faculdade (me culpando um pouco por isso também).

Ou não.

Bororó do Oeste

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Os últimos dias de Helmut H

Sobre crianças pequenas

Sinceramente, eu nunca fui o tipo de cara que sabe lidar com crianças pequenas. Mal sou funcional com pessoas adultas que conseguem formar sentenças completas ou algo que valha, bem como são perigosas as minhas tentativas com manipulação de objetos frágeis, é de se esperar, portanto, que com coisas que pronunciam sons completamente sem sentido e que estragam se cair no chão as chances de alguma merda acontecer na minha mão é gigantesca.

Entendam, não é que eu não goste dos pequenos, eles são bem legais quando não estão gritando, chorando, cagando neles mesmos, as três coisas juntas ou qualquer outra do gênero, a questão é que eu tenho uma tendência muito grande a estragar as coisas, e estragar crianças não é algo exatamente legal. Se as crianças e bebês notassem os sinais que eu dou (coisas como ignorar e afins), estaria tudo bem. O problema é que pareço ter um imã para essas coisas.

Em todo o lugar que vou e por algum acaso algum pivetinho esteja presente, existêm altas chances dele começar a me encarar descaradamente. Não importa onde seja, isso sempre acontece na fila do banco, esse fim de semana aconteceu no ônibus e até na sala da faculdade já rolou algo assim. Aí fico lá também encarando o bebê, sem saber o que fazer, ele me encarando, eu evitando o olhar (eu não costumo desviar olhares, mas esses pivetes tem um dom extraordinário para me deixar sem jeito). Pior ainda é quando alguém repara e lança a bela frase: "Olha só, parece que ele gostou de você, né.". Eu concordo, dou uma risada imbecil e continuo na mesma situação de bosta.

Quando o moleque é filho de parente ou alguém mais próximo é um pouco mais tranquilo, a gente brinca e tudo mais, meio sem jeito e esperando o momento em que ele vai se irritar e começar a chorar, mas ainda assim. Agora nesses lugares aleatórios, com desconhecidos e crianças me encarando pra lá e pra cá, é tenso. Às vezes acredito piamente que eles estão lendo meus pensamentos ou esperando que alguma coisa muito sem noção aconteça, não importa bem o que (e esse sentimento foi amplificado depois de assistir aquele filme de merda com bebês inteligentes que lutam e são espiões que, é preciso lembrar, é uma merda completa), mas que rola algo de muito errado nessa história toda, rola.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Matando a fome com café

Entre o trabalho, os downloads de músicas e quadrinhos e a completa ociosidade, reina em meu interior, durante o estágio - além das imbecilidades habituais -, a  famosa fome. O lanche matinal, não exatamente saudável ou reforçado, faz com que quando o ponteiro aponte algo em torno das nove horas alguma coisa comece a reclamar por aqui, e o que nós temos logo ali em cima do frigobar? O café.

Pessoalmente, sempre achei, e continuo achando, esse culto ao consumo do café uma babaquice quase sem precedentes - apesar de conseguir pensar em outras milhares do mesmo nível ou pior - , mas essa raça, por muitos desgraçada, composta pelos tais advogados bebe mais café do que qualquer um consegue imaginar. Aqui não existe alimentos mastigáveis e as vezes falta água, mas a garrafa térmica está sempre até o talo.

Quando você soma a fome com o fato do café ser a coisa mais próxima de algo com alguma sustância no ambiente, o resultado não é outro senão uma bebedeira sem precedentes. Um rapaz que só bebia o tal café uma vez por mês transformado em mais uma máquina a espera na próxima remessa. É foda pra caralho, todo mundo na espera da secretária chegar na porta e recitar a tal frase: "quer café?" Eu não sei qual é a desse negócio que todo mundo acha amargo e ruim quando moleque, e depois, do nada, passa a beber alopradamente durante as tarde ensolaradas, mas o fato é que de tempos em tempos é ouvida alguma voz lá no fundo questionando: "Zete, o café tá pronto?" ou "Quem vai fazer o café hoje?". ou, bem às vezes, "Vinícius, faz o café de uma vez enquanto a Zete não chega." (estagiário, além de tudo, também é cozinheiro), sendo esse o claro sinal de que se chegaram ao ponto de pedir para eu fazer o café, alguma coisa está muito errada ou a necessidade urge mais alto do que a razão.

Sinais do apocalipse, meus amigos.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sobre um possível segundo turno

Apesar d'eu saber que esse blog possui um número quase invisível de leitores, após ter ouvido diversos comentários da mesma espécie por aí, acredito que devo comentar sobre algo relativo as eleições, mesmo não sendo eu um estudioso político ou qualquer coisa do gênero.

Muito se fala sobre Dilma ser eleita logo no primeiro turno e, sejamos francos - infelizmente -, essa situação é um tanto quanto provável. Com uma média entre 50 e 53% das intenções de voto (Ibobe, Tracking iG/Band e Datafolha) e menos de um mês para as eleições, ainda tenho tempo para alguma esperança real de um segundo turno.

O principal a ser dito aqui é sobre o que muito estou ouvindo falar em votar no Serra para a rolar o então polêmico segundo turno, já cobiçado não apenas pelos candidatos como também por - felizmente - boa parte da população. O meu problema não é em votar no Serra (não fosse a Marina, o PSDB estaria com meu voto), o que penso ser algo chato são pessoas deixando de manter alguma espécie de ideal  ou o que quer que seja, apenas visando erroneamente a oportunidade do segundo turno.

A questão é: para que ele aconteça, basta que o candidato com maior quantidade de votos não ultrapasse os 50%, ou seja, pouco importa se você votará no Serra, na Marina ou no Plínio, o que importa é não votar na Dilma. Não veria nada errado em entregar seus votos ao Serra ou a qualquer outro candidato, desde que ele possua realmente a sua intenção de voto. Até mesmo para uma questão de pesquisas posteriores, considero importante os votos dados a todo e qualquer candidato, uma porcentagem maior para Marina indica algo, bem como para o Plínio, e aos demais.

No final das contas, de quatro em quatro anos nós temos a oportunidade de mudar o rumo das coisas, e também de mostrar através de diversos indicativos onde está a tendência a ser seguida. Essas situações acontecem, obviamente, com nossos votos, portanto, sempre olhei para ele como algo mais do que integro. Vote no Serra se acredita no Serra ou no PSDB, na Marina se acredita na Marinda ou no PV ou qualquer coisa que valha, mas vote baseado no que você acredita, não em cima de uma oportunidade infundada que pode ser alcançada mantendo plenamente suas convicções.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sexta-feira


Um homem acordou com a arma em sua mão direita. Levantou, andou, mas não atirou. Sem soltar a arma, chamou todos da casa e expulsou. Todos para fora. O homem sozinho em casa com a arma, fez-se refém de si mesmo.

Chamaram a polícia, ela cercou a casa, os parentes choravam enquanto o homem apontava a arma, carregada, para a própria cabeça. A ameaça era simples, a ameaça era sua vida.

O homem, seis balas e sua avó. A avó, chorando, tentou aproximar-se da casa. Chorou e disse que aquele não era quem um dia foi seu neto e quem um dia ela ajudou a criar. O homem disse que ela tinha razão. Um tiro na coxa, ela voltou sangrando.

O homem, cinco balas, seu irmão. O irmão, nervoso, sem chorar, disse que falaria. Perguntou que porra era aquela, perguntou de onde o homem tirou aquela arma, perguntou que merda estava rolando naquela cabeça de bosta para apontar o ferro carregado para a própria orelha. O homem respondeu que não iria machuca-lo, mandou voltar. Um tiro para o alto, a polícia correu, carregou o irmão para a segurança.

O homem, quatro balas, seu pai. O pai, chorando, perguntou onde estava o homem que ele ensinou a ser Homem. O então rapaz disse que estava ali, que aquilo, enfim, era o que tinham ensinado ele a ser. O pai perguntou o que faltou, quem faltou, porque faltou. O homem disse que se o pai não saberia, ele não haveria de dizer. O pai implorou, o homem ignorou. Um tiro em direção ao pai, um tiro errado, um policial sangrando.

O homem, três balas, sua mãe. A mãe nada disse, correu, chorou, correu e chorou novamente. O filho olhou e tirou a arma da própria cabeça. A mãe olhou e esboçou um sorriso. O filho levantou, sem arma na cabeça, com a arma ainda em mãos. A mãe levantou, ainda segurando o choro. O filho andou até a porta e a trancou, voltou para o seu interior com a arma apontada para a cabeça. A mãe chorou, o pai buscou e abraçou. Um tiro para o alto, segundo tiro para o alto, nada mudou.

O homem, duas balas, o telefone. O telefone toca, o homem atende. Uma voz feminina diz para parar. Uma voz feminina diz que não há porque para aquilo, uma voz diz que o que acabou, acabou. A voz diz que ajudaria, que não desapareceria, mas que a arma não seria solução. O homem em silêncio. O homem desliga o telefone, vai até a janela e ri, aquilo para ele nunca importou. Um tiro em direção a estante, um telefone quebrado, vinte e três reais perdidos.

O homem, uma bala, o homem. Ninguém mais fala além do homem, e ele nada diz. O homem tem uma bala, todos sabem o que há de se fazer. O homem não sabe. O homem acordou com uma arma em sua mão direita, e em sua arma haviam seis balas. O homem possui uma bala e uma arma em seu crânio. O homem sorri. O homem com sua arma sorri. O homem segura firme a sua arma, o homem caminha e destranca a porta. O homem com seu sorriso e sua arma saem de casa. A mãe, o pai e o irmão olham. A multidão olha e nada diz. O homem com sua arma em mãos e seu sorriso em face olha para todos. O homem joga a arma no chão.

A polícia avança. A mãe, o pai e o irmão choram. O homem sorri.